A Livraria Lello, no Porto, é considerada, pelo Guardian, a 3ª Livraria mais bonita do Mundo.
Com uma emblemática escadaria vermelha no seu interior, que serviu de inspiração a J.K. Rowling para criar a escadaria de Hogwarts na saga de Harry Potter, tem diariamente centenas de visitantes que ali se dirigem apenas para tirar fotos ou apenas para verem a sua beleza.
A partir de 23 de Julho a administração decidiu começar a cobrar 3€ apenas pela entrada, valor esse que é deduzido no valor em livros se, obviamente, o visitante comprar.
Pessoalmente quando li a notícia fiquei chocado, mas passados uns minutos dei por mim a concordar com a mesma, sobretudo depois de ler as afirmações de José Manuel Lello, um dos proprietários.
Eu nunca a visitei mas concordo com a medida. Por acaso tenho pretensões de a visitar numa próxima ida ao Porto, mas também confesso que tenho pretensões de ali adquirir algumas obras com o carimbo da Lello.
No entanto e já agora, espero que acabem com a venda de outras lembranças que nada têm a ver com a literatura, pois quando passear na livraria Lello, não me apetecia ver sabonetes e outros corpos estranhos.
5 comentários:
Pois, já fui à Lello e na altura havia lá uma turista a tirar fotos (clandestinas) e deixou cair a máquina de cima da escadaria e por pouco não levei com a dita no nariz!
Quanto aos sabonetes, no 1º andar têm imensos para venda entre outras coisas. Quando a visitei, fiquei um pouco desiludida porque é pequenina e as fotos da escadaria enganam. Mas é linda obviamente. Lá comprei alguns romances russos :P
Vais gostar de lá ir.
Uma casa comercial, em qualquer parte do mundo, é sempre uma 'porta aberta', antes de mais... As pessoas - potenciais Clientes, ou não - são, por natureza, 'benvindas' - comprem, ou não!... O que a 'Lello' deveria fazer, isso sim, era reservar uma parte do seu espaço - mais 'exclusiva', mais simbólica até... - e então, apropriadamente (como se fosse um espaço museológico) cobrar uma quantia - pudesse ela, ou não, ser deduzida na compra de um livro... Agora, assim, parece que se trata, apenas, de facturar o mais que se possa -- mesmo que não haja dinheiro para um 'livrinho'!... Acho, sinceramente, que faz parte não da nobreza da Cultura, ou da História, mas antes duma atitude meramente mercantil (e pindericamente 'nouveau riche', neste caso) que deve estar a fazer dar voltas na campa algum dos fundadores da 'Lello'... Independentemente de os bilhetes serem ou não alvo de cobrança de IVA (e com direito a recibo com NIF? -- mais uma longa fila?).
Já agora, quem virá a seguir? O 'Majestic'? Os 'Pastéis de Belém'? As 'Queijadas de Sintra'...? Ganhem lá juízo, por favor! (António Rolão, Jornalista, Realizador da RTP, antonio.rolao@rtp.pt)
Caríssimo António.
Eu entendo o seu ponto de vista porque quando li a notícia foi precisamente nesses moldes que pensei, inclusivamente pensei que se a moda pega os Pastéis de Belém podem vir a fazer o mesmo.
No entanto depois li as declarações de um dos donos da Lello assim como alguns posts sobre a livraria e deparei-me com algumas queixas de pessoas que dizem que a livraria está a deixar de ser livraria para ser monumento dada a quantia diária de turistas que lá vão apenas para fotografar.
Ou seja, embora entenda que seja uma atitude mercantil, penso também (se calhar estou a ser ingénuo) que é uma forma de proteger os clientes da livraria, aqueles que lá vão para comprar.
É sem dúvida uma livraria lindíssima e que merece uma visita, mas quando li a notícia não achei piada alguma. Talvez seja para "proteger os clientes da livraria", mas numa próxima ida ao Porto, provavelmente não voltarei à Lello. Irei em busca de outras livrarias desconhecidas. ;)
Por livrarias desconhecidas, eu que confesso ser um bibliómano, adoro alfarrabistas. Pena tenho é que cada vez existam menos e quem compre livro não lhes dê valor.
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