quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Culpa é das Estrelas (A) – John Green



Imbuído pelo enorme sucesso que foi este livro, best-seller em todo o lado e que até já deu filme (Ver filme), acabei por pegar neste livro pese embora a sinopse não me tenha cativado por “aí além”, mas enfim, pensei “se se fartou de vender, se milhares, para não dizer milhões de pessoas dizem maravilhas, é porque tem valor” e, vai daí, lá o li em apenas quatro dias.

É um livro pequeno com um texto cheio de pausas que convida precisamente o leitor a ler e a pensar ou se quiserem, degustar aquilo que se acabou de ler. Em todo o caso e sem qualquer tipo de pretensões, penso que se trata de um romance de conteúdo fácil, escrito para um género de leitores que não faz da leitura uma prática diária e um género de leitores que não gosta ou não sabe ler nas entrelinhas dos romances, ou seja, sem querer ferir susceptibilidades, trata-se de um romance superficial sobre um tema que, obviamente, tem como intenção chocar quem o lê.

De uma forma muito resumida, até porque quem me conhece sabe que não gosto de falar sobre o conteúdo do livro que me proponho analisar, o livro assenta sobretudo em três personagens. Dois adolescentes em estado avançado de doença oncológica e um escritor bêbado que no passado escreveu um livro sobre uma criança que morreu de cancro. É basicamente isso e não se pense que estou a ser frio. Nada disso, até porque o que me levou a ler este livro foi o facto de quando vejo crianças doentes oncologicamente, o meu coração fica pequenino, pequenino sem querer imaginar, sequer, a sua e a dor dos seus familiares, para além de que também a minha família já foi atacada por esse mal, logo, inspira-me, para além de temor, muito respeito.

Não vou dizer que não gostei. Nada disso, até gostei! Mas e honestamente, não achei o livro grande coisa e em todo o texto há apenas uma passagem, já bem perto do fim, que me comoveu e que achei de facto bastante profundo, mas de resto, achei o livro bastante superficial, sendo que e mesmo nunca nos esquecendo que a narradora tem cancro e pouco tempo de vida, facilmente constatamos que ela e os amigos são simplesmente adolescentes como qualquer adolescente.

Esperava de facto um livro melhor, mais elaborado e sobretudo mais profundo sobre uma doença que é atroz e que tanta dor deixa em todo o planeta. Pelo contrário, deparei-me, de principio ao fim, com um romance de pouco conteúdo, fraco narrativamente e que nem sequer faz qualquer tentativa de explicar a principal doença do século XX e que está longe, muito longe, de ser vencida.

3 comentários:

Paula disse...

:) Quando vi o título do teu post e dei-me conta que o tinhas lido, pensei... "Ora deixa cá ver o que ele escreveu, porque tenho quase a certeza de que não é o tipo de livro do Iceman" :P
Abraços

Carla disse...

Olá,
Eu também passei por isto recentemente, um familiar muito jovem.
Concordo em tudo o dizes em relação ao livro, apesar de quando o li ter outra perspectiva.
Beijinhos e boas leituras.

NLivros disse...

Muitas vezes, mesmo não sendo o meu género preferido, gosto, para além de ir variando, ler aquilo que é tido como best-seller, e foi nessa perspectiva que peguei neste livro, pese embora aqui a temática fosse algo apelativa.
No entanto e como sucede em vários livros que tenho lido, questionei-me do porquê de tamanho sucesso. Obviamente quem sou eu para criticar gostos pessoais, mas e honestamente faz-me confusão a fama de certos livros e autores que não têm qualidade para tal. Não quero ser pretensioso e muito menos ousar sequer pensar ser o dono da razão, mas é possível escrever sobre qualquer coisa de uma forma mais profunda, com mais conteúdo, excepto se ou não se consegue ou então porque o livro tem um alvo comercial bem definido, no entanto e se assim for, para mim, perde enquanto veículo cultural passando a ser apenas um produto de consumo de massas.
Nessa perspectiva há dois tipos de escritores: Aqueles que escrevem para eles próprios sem pensar quem o vai ler e aqueles que escrevem para determinado nicho com o objectivo de vender e, pessoalmente, prefiro os primeiros escritores.