Sou um apreciador do denominado desporto rei, não daqueles que vêm todos os jogos que passam na tv, mas confesso que gosto de assistir a uma boa partida de futebol e nunca perco as maiores competições de clubes e de selecções, sendo a principal, o Campeonato do Mundo que é organizado de quatro em quatro anos.
“Jogada Ilegal” é um livro que se propõe a narrar as muitas jogadas de bastidores e dúbios interesses que orlam em volta das organizações dos Campeonatos dos Mundo pela FIFA.
Assente em variadíssimos documentos que nos são mostrados nas últimas páginas, o jornalista Luís Aguilar deixa antever um mundo monstruoso de corrupção, jogadas de interesses e influências em busca do poder. O objectivo visa o poder e o dinheiro que a FIFA gere. Sendo a segunda maior competição desportiva do planeta, o campeonato do mundo de futebol gera biliões em parcerias, direitos televisivos e outros, que são distribuídos de uma forma pouco clara. Em torno da instituição, gravitam diversos personagens que são mais influentes que qualquer líder político, e isso leva-nos aos jogos de bastidores que se sucedem a fim de chegar aos lugares de dirigentes, não só da FIFA, como também das confederações continentais onde poerão manipular as nações dos seus continentes.
No centro do tufão estão nomes como Blatter ou Platini, como chegaram ao poder, quais as suas ligações e como se têm movimentado neste universo que pouco ou nada tem de ético.
São aqui referidos vários episódios que têm manchado a reputação da FIFA. Casos como os da votação para a Bola de Outro de melhor treinador 2012, as candidaturas para os mundiais e a forma obscura como o Qatar vence, as ligações nada inocentes que daí advêm (ver quem comprou e investiu no Paris S.G.), etc, etc.
Centrado apenas e só na FIFA, tive a oportunidade de falar com o autor na apresentação do livro e, como apreciador de futebol, dei-lhe os parabéns pela coragem demonstrada e pedi-lhe que não perca o ritmo e que se proponha a fazer um livro deste estilo mas sobre o futebol português. São quase 30 anos de sistema que tem destruído o futebol em Portugal sem que haja alguém de coragem que investigue a sério. Os indícios são maiores do que os observados na FIFA, basta dar um pulinho ao youtube e pesquisar um pouco ou então continuar pela net e perder um tempinho para dar de caras com situações nada normais que grassam desde finais dos anos 80 do século passado.
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