sábado, 1 de julho de 2017

Carrasco do Medo (O) – Chris Carter



Ora bem, eu não sendo um grande apreciador de policiais ou thrillers, sou sim daqueles que, depois de já ter lido algumas dezenas do género, afirmo que qualquer policial segue sempre as mesmas regras e, mais sangue, menos sangue, mais suspense, menos suspense, acabam quase todos no mesmo, acabo por ir lendo, de vez em quando alguns romances policiais, thrillers, porque gosto de ir fazendo algumas leituras mais leves, embora queira já aqui referir que não tiro qualquer mérito a este género, apenas não faz o meu estilo e são poucos os casos onde me senti fascinado ou surpreendido pelo trama.

Pese embora esta pequena nota introdutória, gosto de alguns escritores do género e do estilo como quase conseguem surpreender, construindo personagens e uma narrativa que tem o condão de me prender e no fim de me surpreender, de alguma forma, com a revelação do assassino ou então devido aos volte faces que dão à história.

E é um pouco o caso de Chris Carter. Não tendo uma escrita que me arrebate por aí além, escreve thrillers bastante violentos cujo assassino comete grandes atrocidades, não se coibindo de descrições verdadeiramente brutais dos cenários do crime e, no fim, acaba sempre por surpreender de alguma forma, seja na revelação do assassino, seja das histórias paralelas que se vão entroncando ao longo do romance.

Este segundo romance vem assim na linha do Assassino do Crucifixo, um livro que li há alguns meses e que gostei, tanto é que resolvi agarrar logo a oportunidade de ler este assim que o vi.

Tal como o anterior, não o achei sensacional porque desde o inicio a linha condutora é muito semelhante, logo, pensei, que o assassino deveria estar no seio de alguns personagens… o que acertei.  Depois porque o tal personagem que no primeiro livro se assemelhava a um maçarico, neste e passados alguns anos desde os acontecimentos do Assassino do Crucifixo, pouco ou nada evoluiu. E , finalmente, porque no primeiro livro se “pinta” o perfil psicológico e técnico de Robert Hunter, o principal personagem e detective dominante, e durante o livro todo, na minha opinião, fica um pouco aquém desse perfil de sobredotado ao ponto de haver escrito uma tese que é a bíblia do mundo da investigação criminal.

Obviamente que noto claras melhorias e considero que Chris Carter está a escrever uma série que vai ser um caso sério no futuro e que provavelmente um dia vai começar a chegar ao cinema, no entanto está a evoluir e essa evolução é latente e tenho a certeza que vai lá chegar e quando isso suceder, então Carter será, muito provavelmente, o grande Senhor dos thrillers/policiais na literatura mundial.


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