O Homem de Giz era, confesso, um livro que tinha imensa curiosidade ler desde a sua edição em Portugal. Não apenas devido ao seu argumento, como igualmente pelo facto de ter várias opiniões entusiastas que o consideravam “entusiasta”, “fabuloso”, “brilhante”, “impressionante”, entre outros, com Stephen King metido ao barulho, aconselhando a sua leitura.
E de facto, assumo, é um livro que me agarrou logo nas primeiras páginas, condição Sine qua non para que eu continue a leitura, pois e conforme já o tenho referido por diversas vezes, quando o livro não me agarra nas primeiras 50, 100 páginas, não tenho qualquer problema em desistir e partir para outro. No caso isso não sucedeu.
A autora soube usar o procedimento clássico das histórias policiais que é, no fim de cada capítulo, deixar o leitor em suspense com algum facto misterioso que faz com que , inevitavelmente, o leitor vira a página para matar a curiosidade. Básico, mas que funciona sempre e uma das principais táticas de qualquer escritor.
Assim, a história vai avançando a um ritmo muito interessante, sempre salpicado por novos acontecimentos que vão adensando o mistério, tornando-o numa intricada teia cujas pontas, aos poucos se começam a desenlaçar.
Ou seja, gostei do livro, penso que vale bem a sua leitura devido ao facto de nos entreter e de ser uma leitura ávida e rápida, sem nenhuns floreados ou descrições desnecessárias, porém e há sem um mas, porém, confesso que esperava muito mais, ou seja, as minhas expectativas estavam tão altas que, admito, senti-me algo decepcionado com o desenlace da história, sobretudo porque achei o argumento demasiado previsível.
Depois e apresentado todos os personagens, e há que referir que a história nos vai sendo narrada pelo mesmo personagem mas em momentos temporais diferentes (em criança e depois trinta anos mais tarde), sensivelmente a meio do livro começa-se a perceber as ligações entre todos eles (os personagens) e há acontecimentos que nos parecem estranhos, mas que fazem sentido se presumirmos (nunca presumas), porém a chave está precisamente no presumir, pois a minha pergunta inicial era do porquê de Eddie ter ficado tão obcecado pela rapariga do carrossel. E é precisamente essa a chave do livro.
Desde que percebi a ligação tornou-se perceptível que o Homem de Giz só poderia ser três, quatro pessoas, no entanto há um pequeno pormenor numa loja que me fez perceber que só aquele poderia ser o presumível criminoso ou aquele que andava a fazer bonecos de giz.
Não vou divagar mais sobre isso, mas confesso qu esperava mais do livro, sobretudo esperava mais suspense e um final mais apoteótico. O que tive foi um final dentro daquilo que percebi a dada altura e nem as últimas folhas me surpreenderam.
Ou seja, é um bom livro, de leitura fácil e ávida, mas fica aquém daquilo que pintaram. Sem a publicidade que lhe fizeram, é mais um thriller bem construido mas sem grande inovação.
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