Agora que está para sair o 2º
volume e, quero aqui expressar o meu desagrado em relação a isso, pois acho uma
falta de consideração e chico-espertice isso de editar um romance em dois
volumes a preços tão elevados. Algo que, neste autor não é virgem, pois já o
fez num outro e, nesse caso, foi ao cúmulo de o ter feito em três volumes, algo
que rejeitei, não tendo adquirido nenhum deles.
Mas, e no caso, só me apercebi disso depois de ter adquirido este primeiro volume.
A capa do livro é horrível.
Parece uma daquelas capas dos anos 60 do séc. XX das aventuras do Mandrake. Feia, pirosa e que, acho, afasta muito boa gente. Até porque o interior traz-nos um romance muito interessante, onde o estilo de JSR é aquele que nos tem habituado: pouca qualidade literária, cheia de mariquice, mas com uma vertente informativa muito elevada, que nos agarra desde o início.
Na minha opinião, o que ressalta em todo este primeiro volume, são as terríveis descrições das condições de vida de Auschwitz e das intenções dos nazis.
Obviamente que durante a sua leitura, nós sabemos dos fornos crematórios, da fome, de toda aquela miséria que levou à morte de milhões de pessoas. Porém, o que choca é a atitude dos nazis, sobretudo das SS, da ingenuidade dos judeus e da forma como são convencidos, mesmo diante de uma realidade atroz, que tudo aquilo era um mero campo de trabalhos e que, logo, logo, estaria tudo bem.
E, como referi anteriormente, as descrições são brutais. Recordo-me de uma cena, talvez a que mais me marcou, em que um soldado das SS constata que respira mortos, pois as cinzas no ar eram tantas, que se entranhavam no cabelo, na barba, nas roupas e eram respiradas.
As condições higiénicas são tão reais, que quase conseguimos sentir o fedor das fezes amontoadas em baldes ou no chão, o vómito que cobre o chão onde jazem cadáveres como se fizessem parte desse mesmo vómito.
A condição humana é liminarmente esquecida, reduzidas a um estado abaixo do animalesco, sempre com o beneplácito das tropas alemãs que tinham um objectivo bem estipulado e que obedecia a um plano esotérico. Sim, esotérico.
Algo que muita gente desconhece, mas os nazis acreditavam que descendiam dos atlantes. Isso está por detrás da ideologia do povo supremo, puro, a raça ariana. E, nessa vertente, o autor informa e informa bem.
É esse o principal factor da pretensão de extermínio das raças impuras. Eles acreditavam mesmo nisso e o plano era simples, eliminar os impuros para que a raça dos atlantes, os supremos, pudessem voltar a “reinar” no planeta.
Insano! Mas aconteceu!
1 comentário:
De fato, seu artigo foi muito bem explicado gostei de ler.
Forte cap
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