sábado, 6 de abril de 2019

Círculo da Morte (O) - Andrew Pyper

Pese embora não seja um grande apreciador de policiais/thrillers, o certo é que por vezes, até para desanuviar de leituras mais pesadas que efectuo, gosto de pesquisar sobre livros deste género a fim de empreender a leituras de algumas obras que me parecem ter qualidade, até porque o que procuro neste género de livros é puro entretenimento e algo que me surpreenda, o que, confesso, não é assim tão fácil.
Desta forma e após alguma pesquisa, acabei por “achar” este “Circulo da Morte” que muitos consideravam um livro excepcional, a roçar até uma sexta maravilha da literatura. 
No fundo, o trama em si, não é de todo um policial nem um thriller, estando sim mais perto de uma história de terror psicológico onde o que parece não é e onde a realidade se mistura com a ficção de modo a deixar o leitor completamente baralhado.
O autor é inteligente como vai criando o trama. Tudo gira à volta da existência, ou não, do Boogeyman. Somos desde o início confrontados com um homem em pura perda emocional que, por si só, é terreno fértil para o surgimento do “bicho papão” como seu alter-ego. Ou seja, na prática, o Boogeyman serve como catalisador dos maiores medos de Patrick, sobretudo no seu imenso medo de perder o emprego e o seu filho de 5 anos. Assim, estando muito abalado psicológicamente por algo que lhe aconteceu recentemente e que fez a sua vida dar uma volta de 360º, Patrick sente que o seu destino é escrever algo que está “dentro” dele e que aguarda que ele o solte. Dessa forma acaba por aderir a um circulo literário onde se inicia um pesadelo: começa a ser perseguido por uma história que ali é narrada e que começa a ter ligações com acontecimentos reais.
A partir daí começa um jogo do gato e do rato que nos baralha, assim como vai baralhando o próprio Patrick. Ou seja, os acontecimentos começam a surgir assim como é perceptível a presença de um espectro que o protagonista chama de Sandeman. Será que é real ou esse espectro é fruto apenas da mente de Patrick?
Não vou afirmar que não gostei do livro. Isso seria contraproducente pelo facto que me entreteu bastante, no entanto não foi um daqueles livros que tiveram o condão de me surpreender por aí além e também porque, sinceramente, não gostei do fim. Entendo-o perfeitamente, mas o autor tinha “campo” para poder criar outro fim. Se isso seria o ideal? Isso são outras considerações, mas não gostei da forma como tudo termina, deixando no ar algumas questões que eu ansiava por resposta e que no final, fiquei algo decepcionado.
Em todo o caso é um livro algo diferente do que tenho lido. Não apenas pela áurea de mistério que o autor emprega, como também porque, ao longo de todo o livro, o autor vai criando a ideia do que o que parece não é, que tudo o que está a acontecer é fruto da imaginação de Patrick, inclusivamente dei por mim a colocar em causa a real existência dos varios personagens que vai surgindo, aliás isso foi algo que achei mais engraçado, é que chegamos ao fim e continuamos com essa dúvida. Será que tudo foi real?




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