Respondendo ao desafio do Pedro,
do blog “o cantinho do bookaholic” e inserido na rubrica “Dez Livros”,
proponho-me a referir 10 Livros que sempre quis muito, muito ler mas ainda não
calhou.
São todos livros que há muito
estão na minha lista de livros a ler, mas por diversas razões ainda não calhou.
A principal dessa razão é uma tentativa frustrada, ou seja, a maioria dos
livros que vou referir já encetei tentativa para o ler, mas não me cativou o
suficiente para ir até ao fim.
Eis a lista:
Ulisses – James Joyce
Confesso que tentei a
leitura desta famosa obra já por duas vezes mas, não consegui passar da página
20. Não que o tema me interessa por aí além, mas gostava de compreender o contexto
e estrutura da obra, considerada como uma das mais importantes da literatura
universal. Enfim, para mim foi desgastante e secante o pouco que li.
A Biblia
Não escondo que sou ateu e sou-o
porque desde criança a História me fascina e foi precisamente livros de
História os meus primeiros livros a sério que li. Daí rapidamente cheguei a
Ensaios que abordavam a religião vs ciência e, após a leitura de dezenas de
livros, cheguei à conclusão que qualquer religião é uma falácia cheia de
“histórias de encantar”, porém sempre quis analisar o Livro que deu origem a
todos esses que li: A Bíblia. Porém nunca o fiz e provavelmente nunca o irei
fazer.
Os Thibaults - Roger Martin du Gard
Até aos anos 70 (séc. XX), Os
Thibaults apreciam em qualquer lista de clássicos da literatura. Obra prima de
Martin du Gard (Nobel em 1937), é uma obra considerada em França como uma das
melhores jamais escrita e um facto é que foi precisamente por essa obra que Du
Gard recebeu o Nobel. Por três vezes o tentei ler (3 volumes), mas e embora
esteja de facto muito bem escrito, a narrativa é típica de um romance de
costumes dos anos 30 (século XX), o ritmo é lento e as situações descambam
sempre em lugares nenhuns. É uma obra que um dia, estou certo, irei conseguir
ler, mas e até agora ainda não calhou.
A Divina Comédia - Dante Alighieri
Esta obra ainda não a li porque…
não calhou. Já a tive nas mãos por diversas vezes, mas por uma ou outra razão,
ainda não calhou ler. Considero-a uma das mais importantes da literatura,
origem de muitas outras e até de vários escritores.
Em Busca do Tempo Perdido - Marcel Proust
“Em Busca do Tempo Perdido” é
considerado uma das melhoras obras alguma vez escritas. São cerca de 3500 págs.
e vários volumes que representam várias temáticas da sociedade e, sobretudo,
uma influência em dezenas de escritores. Um autor considerado como o primeiro
autor clássico. Confesso que já estive com o primeiro volume na mão, mas cujo
enredo não me cativou por aí além, porém, é uma daquelas obras que um dia irei
querer analisar, assim como o fiz com tantas outras.
A Montanha Mágica - Thomas Mann
O grande clássico da literatura
alemã (classificado pelos próprios alemães), e um dos grandes clássicos da
literatura mundial. Nobel em 1929, é perceptível da importância desta obra na
atribuição do prémio a Mann. Sabe-se que demorou 12 anos a ser escrito e que
aborda temas tão diversos como a política, religião, filosofia, amor, morte,
doença, cultura, enfim uma vasta análise sobre o Ser Humano. Mais uma daquelas
obras que já estive quase, quase a adquirir, mas que ainda não calhou ler. De
certeza que nos próximos tempos a irei ler.
O Homem sem Qualidade - Robert
Musil
Considerado uma das principais
obras do modernismo e uma das mais importantes da literatura universal, sempre
quis ler esta obra porque sim. Ou seja, a sinopse não me cativa, mas é daquelas
obras que gostava de entender do porquê de ser percursora de um estilo e de uma
estrutura. Nunca calhou ler e não é daquelas obras que estão num lugar
primordial da minha lista, mas, efectivamente, é daquelas obras que um dia vou
querer pegar.
Livro do Desassossego – Fernando Pessoa
Fernando Pessoa é considerado um
dos grandes poetas da língua portuguesa. Confesso que a poesia não é bem a
minha praia, no entanto o Livro do Desassossego ocupa um lugar cimeiro na
literatura portuguesa. Assinado pelo heterônimo Bernardo Soares. É um livro
fragmentário que tem merecido um eterno estudo e vasta análise por diversos
investigadores que insistem na importância desta obra na literatura universal.
Possuo uma edição em capa dura que me custou uma fortuna, mas nunca lhe peguei.
Porquê? Não sei! Talvez porque do pouco que li não me atraiu, mas é
indiscutivelmente uma obra que irei ler a qualquer momento.
O Complexo de Portnoy - Philip Roth
Philip Roth é um autor que
aprecio. Já li vários títulos dele, mas falta-me este “Complexo de Portnoy”,
considerada, por diversos críticos literários, como a melhor obra de Roth. Já
estive com ele na mão por diversas vezes, mas nunca calhou lê-lo, sobretudo
porque acabo sempre por me deixar seduzir por qualquer outro título. Roth era
sublime na arte de criar ambientes e diálogos, é daqueles escritores que eram
geniais nessa interligação e, geralmente, qualquer livro dele são autênticas
lanças irónicas e mordazes sobre a sociedade.
As cidades Invisíveis – Ítalo Calvino
Não me recordo de alguma vez ter
lido algo de Calvino. Porém este “Cidades Invisíveis” é considerada uma das
obras fundamentais da literatura. Porquê? É precisamente isso que quero perceber,
pois e embora seja um leitor atento de boa crítica literária, gosto de ser eu a
tirar conclusões da leitura, até porque geralmente vou efectuando algumas
pesquisas à medida que vou lendo a obra. Porém aqui há também um pormenor que
me seduz: Marco Polo descreve 55 cidades numa conversa ficcionada. No entanto
essas cidades são fruto da sua imaginação, logo são cidades invisíveis…
Agora meu caro Pedro, devolvo-te
o desafio para referires 10 Livros que sempre quiseste muito, muito ler mas
ainda não calhou.
4 comentários:
Que giro, gostei muito! Entretanto, também nunca li nenhum desses, mas tenho ouvido muitas vezes falar do Ulisses como sendo um livro extremamente difícil de ler...
Aceito o desafio, mas não prometo ser tão célere quanto tu!
Curiosamente nunca li nenhum dos livros que apontas (tenho mesmo de tratar dos meus clássicos...). Alguns também quero muito, incluindo A Divina Comédia (sobretudo pela edição portuguesa da Quetzal que me atrai) e Livro do Desassossego (Fernando Pessoa é dos meus escritores preferidos. Já tive cá em casa uma edição que gostava imenso deste Livro, mas há uns anos decidi que iria ser uma prenda de anos perfeita - e foi, mas acabei por nunca voltar a comprar um novo exemplar).
Já comecei a ler A Bíblia. Quem me dera que tivesse essas "histórias de encantar". Os primeiros livros pelo menos não passam de colecções de regras repetitivas, e de mitologia não teve o suficiente para me agarrar (até de um ponto de vista "académico"). Um dia voltarei a tentar. Os únicos textos religiosos que consegui ler até ao fim foi um livro sobre o budismo escrito pelo Dalai Lama, e foi quando percebi que por muito que gostemos de idealizar as religiões orientais (a filosofia zen, o budismo, aquelas coisas inspiradoras), vai tudo dar a um inventário aborrecido de regras.
Adorei "A Mancha Humana" de Roth. Falta-me muito dele, mas quero tratar disso também.
Olá Anabela.
Bem, eu admito que Ulisses foi o livro mais chato e penoso que alguma vez comecei a ler.
Iniciei a leitura do mesmo já por duas vezes. Em ambas as ocasiões recordo-me que demorei cerca de uma semana a chegar à pág. 30 (+/-) e a muito custo, pois quando acabava de ler uma página, já não me recordava de nada do que tinha lido, pois a minha mente começava logo a vaguear a partir do primeiro parágrafo.
Mas enfim, é um dos livros que um dia terei de pegar e impor uma disciplina, nem que seja uma página por dia. :)
Pedro.
Adquiri o livro do Desassossego há uns anos recentes com a intenção, óbvia, de o ler, mas também porque era daqueles livros que tinha de ter na minha biblioteca pessoal. Admito que ainda o folhei e que li a introdução feita por um estudioso da obra de Pessoa, mas achei o livro tão desconexo que o guardei... e ainda por lá anda.
Porém é daqueles livros que quero ter no meu "curriculum".
Eu quando falo de histórias de encantar, refiro-me às histórias da abertura do Mar Vermelho, dos milagres de Jesus, etc. Nunca li a Bíblia, nem sequer a folhei. O que sei é devido aos vários livros que li em que os autores iam analisando a Bíblia com factos arqueológicos e históricos. E é por isso que gostava de a ler, para perceber de viva voz o que ali está escrito e se de facto "joga" com os factos históricos. Eu tive um professor de filosofia que um dia me disse que a Bíblia era o melhor livro de filosofia alguma vez escrito e que o devíamos ler sem aquele estigma da religião, ou seja, apartarmo-nos de qualquer ideia religiosa. E era isso que queria fazer, mas... pode ser um dia!
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